quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Câncer de pele no verão

Dra. Patrícia Borrione aborda prevenção e riscos do câncer de pele no verão
A médica frisa a importância do uso de protetor solar e de chapéu

O verão está se aproximando e com a chegada da estação mais quente do ano são imprescindíveis os cuidados que devem ser tomados com a saúde. A médica oncologista Dra Patrícia Borrione explica que a maior parte dos cânceres de pele ocorre em áreas que estão regularmente expostas à radiação ultravioleta. “A exposição ao sol é considerada a principal causa de todos os tipos de câncer de pele”, alerta Dra. Patrícia.
Para aproveitar o sol de maneira saudável, a médica faz algumas recomendações. “Visando proteger a pele do sol, é importante, sempre que puder, usar chapéus, óculos escuros e evitar a exposição entre as 10 e as 16 horas, quando a incidência do sol é mais intensa. O uso do protetor solar é indicado para uso diário, com FPS (fator de proteção solar) mínimo de 30”, explica. A oncologista detalha que o protetor deve ser aplicado pelo menos 30 minutos antes de se expor ao sol, reaplicando-o constantemente.
Dra. Patrícia Borrione alerta que o protetor solar preserva contra queimadura da pele, mas que a lesão que o raio ultravioleta pode causar no DNA pode levar a mutações e, em consequência, ao câncer. Ela acrescenta que o ideal é, além de usar o protetor solar, em paralelo a isso, reduzir a exposição ao sol nos horários de maior risco.

Existem diferentes tipos de câncer de pele. Os mais recorrentes causam lesões locais. O carcinoma basocelular é o tipo mais comum. “A cirurgia costuma ser o tratamento curativo na grande maioria dos casos. Lesões que por ventura passem despercebidas e se tornem volumosas ainda podem ser ressecadas com técnicas de cirurgia plástica”, afirma.
O segundo tipo mais comum é o carcinoma epidermóide que é semelhante ao basocelular. “O diferencial é que quando se torna volumoso pode levar a metástases linfonodais (dos gânglios). Também é um tumor que costuma ser curativo com cirurgia, mas, às vezes, pode precisar de tratamento complementar com radioterapia e em casos de tumores irressecáveis, quimioterapia”, informa Dra. Patrícia Borrione.

O melanoma, o subtipo menos comum, é o mais perigoso. Trata-se de um câncer de pele agressivo com possibilidade de metástase, disseminação para outros órgãos. Dra. Patrícia Borrione frisa a importância do diagnóstico precoce, que oportuniza um tratamento curativo baseado exclusivamente em cirurgia. “Porém, a partir do momento em que a doença deriva para gânglios ou órgãos (fígado, pulmão, cérebro) as chances de cura caem drasticamente. Nas duas últimas décadas, a cada ano, cresce o número de casos de melanoma maligno”, explica a oncologista.

Dra. Patrícia Borrione comenta que existem melanomas de pele, de mucosa, no olho e acral – o Melanoma de pele é o mais comum. Ela detalha que entre os fatores de risco estão: exposição à luz ultravioleta, o bronzeamento artificial e a existência de sardas e nevos. Cita também história pessoal e familiar, além do histórico de queimadura solar na infância e adolescência. Segundo ela, a doença é mais comum em pessoas com cabelos claros ou ruivos e olhos azuis, contudo, o diagnóstico em pessoas de pele parda ou negra vem aumentando pela falsa idéia de proteção.

Até 2011, poucas terapêuticas estavam disponíveis para o melanoma metastático. Segundo ela, era uma doença que estava esquecida, que não tinha opção de tratamento com ganho de sobrevida, com taxas de resposta pequena. “Poucos pacientes eram beneficiados com tratamento e aumento de sobrevida. Porém novas medicações estão mudando a expectativa de vida desses pacientes, que já chega a ser superior a dois anos”, explica a oncologista.

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