quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cuidados na cirurgia plástica em adolescentes

Especialista alerta para cuidados na cirurgia plástica em adolescentes
Número de cirurgias plásticas aumenta 141% em jovens com idade entre 14 e 18 anos

Estar fora dos padrões atuais de beleza pode ser muito frustrante, principalmente na adolescência. Se por um lado, os jovens têm necessidade de autoafirmação, por outro, a adolescência é uma fase de muitas insatisfações com a aparência assim como de muitas mudanças no corpo. Além dos conflitos emocionais e de relacionamento, acarretados com a baixa autoestima, os jovens insatisfeitos com a própria aparência também podem sofrer preconceitos. Nos últimos quatros anos, de 2008 a 2012, o número de jovens com idade entre 14 e 18 anos que submeteram-se a procedimentos corretivos aumentou 141% no Brasil. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o número de cirurgias plásticas em adolescentes nessa faixa etária subiu de 37.740, em 2008, para 91.100 em 2012.

Embora não exista uma idade mínima para se submeter à cirurgia plástica, o cirurgião Tiago Amoedo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), esclarece que é importante uma avaliação criteriosa de cada paciente. Quando o corpo do jovem já está desenvolvido e ele pode ser considerado biologicamente um adulto, caso haja uma indicação médica precisa, ele já pode ser operado. Se a cirurgia for exclusivamente estética, os adolescentes necessitam autorização dos pais ou responsáveis. “É importante que haja um dialogo dos jovens com seus pais para que se identifique a importância do procedimento. A escolha de um cirurgião de confiança e qualificado, que avalie a real necessidade da intervenção cirúrgica, também é fundamental”, explica o médico “É preciso identificar se é somente uma questão de vaidade, influência de amigos ou até outros problemas emocionais, é importante conhecer as reais expectativas do adolescente para que, no futuro, ele não se arrependa,” acrescenta o especialista. “Os jovens têm menos risco cirúrgico e recuperação mais rápida, mas a indicação cirúrgica deve ser sempre muito precisa e criteriosa,” finaliza o médico.

A hipertrofia mamária (crescimento exagerado das mamas) é um dos motivos para uma indicação cirúrgica nas jovens. O tamanho das mamas pode causar dores de costas, pescoço e ombros, dor de cabeça e dores no peito. A lipoaspiração e o implante de próteses de silicone são as técnicas mais procuradas entre as jovens. Já os rapazes recorrem, com mais frequência, à ginecomastia, uma correção cirúrgica das mamas que crescem demais, e à cirurgia para correção da orelha de abano. A rinoplastia, procedimento para melhorar o aspecto estético do nariz e a qualidade da respiração, também é uma técnica bastante procurada.

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas. O país só perde para os Estados Unidos, segundo pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) com participação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC).

A escolha de um cirurgião qualificado e que tenha o título de especialista em cirurgia plástica da SBCP é o primeiro passo para garantir um bom resultado. “A cirurgia plástica avançou muito nos últimos anos e se tornou menos invasiva e mais segura, mas a medicina não é uma ciência exata e qualquer procedimento cirúrgico tem riscos”, esclarece o cirurgião Tiago Amoedo, reforçando a importância da qualificação profissional adequada para a realização de qualquer procedimento cirúrgico. De acordo com estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, grande parte dos erros médicos atribuídos a cirurgias plásticas é proveniente de procedimentos realizados por médicos sem especialização. Um especialista em cirurgia plástica se prepara durante onze anos, entre faculdade, residência médica e especialização.

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