quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Câncer de laringe: rouquidão pode ser sintoma

Médico baiano explica os perigos desta alteração comum, mas ainda negligenciado pela população

O câncer de laringe é um dos males que mais afetam a região da cabeça e pescoço, representando 2% de todas as doenças malignas. Aproximadamente 70% desses linfomas surgem na corda vocal e 1/3 acomete a laringe supraglótica (ou seja, localizam-se acima das cordas vocais). E um possível indício da existência desse mal é a rouquidão, uma disfunção comum e muito negligenciada por quem sofre com ela.

Desconforto na hora de falar, pigarro e sensação de bolo na garganta são alguns dos sintomas associados a rouquidão. Tecnicamente o problema é definido como qualquer alteração no caráter vocal. Este fenômeno decorre de mudanças nas cordas vocais que provocam a falta de clareza na voz. Também conhecida como disfonia, essa alteração é muito comum e costuma ser transitória. E é aí que está o perigo. Por ocorrer de forma rotineira entre as pessoas, muitas vezes é negligenciada, o que pode representar sérios riscos a saúde.

Diagnóstico

De acordo com o otorrinolaringologista Marcos Juncal, o tratamento adequado evita transtornos futuros, alguns deles sérios. “Se o paciente não procurar ajuda clínica para a investigação da disfonia, pode estar negligenciando uma doença grave na laringe, comprometendo a voz e colocando em risco a vida e nesse caso, quanto mais tarde o diagnóstico for feito, mais complicado fica o tratamento. Se a rouquidão for repetitiva ou durar mais de 15 dias, deve ser investigada imediatamente”, completa o médico.

A rouquidão é classificada de acordo com o tempo de duração: aguda – quando tem período curto, e crônica nos casos em que esta alteração dura períodos mais longos. Em relação à origem, esta alteração pode ser funcional ou orgânica. O primeiro tipo está associado ao uso inadequado da voz e pode ser causado pela imitação de outro padrão vocal ou por seu uso excessivo, como no caso dos cantores e outros “profissionais da voz” (jornalistas, atores, professores, advogados, entre outros).

Tumor

O câncer de laringe ocorre predominantemente em homens e é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. A ocorrência deste mal pode se dar em uma das três porções em que se divide o órgão: laringe supraglótica, glote e subglote. O tipo deste linfoma mais recorrente, - em mais de 90% dos pacientes -, é o carcinoma epidermoide, com 6.110 casos no ano passado com aproximadamente 3.700 mortes, onde 86% das vítimas eram do sexo masculino.

De acordo com Dr. Juncal, existe uma nítida associação entre a ingestão excessiva de álcool e o vício de fumar com o desenvolvimento de câncer nas vias aerodigestivas superiores. O tabagismo é o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe.

“Quando consumo alcoólico exagerado é adicionada ao fumo, o risco aumenta para o câncer supraglótico. Pacientes com câncer de laringe que continuam a fumar e beber têm probabilidade de cura diminuída e aumento do risco de aparecimento de um segundo tumor primário na área de cabeça e pescoço”, finaliza o médico.

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