quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dia Mundial da Diabetes

Sente muita sede, fome e tem muita vontade de ir ao banheiro? Cuidado, pode ser diabetes.

Doença pode estar associada a quadros de obesidade

A data 14 de novembro é especial para muitas pessoas em todo o mundo. Trata-se do Dia Mundial da Diabetes e a importância disso é poder chamar a atenção da população para a importância de fazer exames para detecção precoce e de sua prevenção que inclui ter um peso saudável, alimentação regular e atividade física programada (especialmente para aqueles que têm história familiar). Diabetes é uma doença caracterizada por uma hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue) causada por uma deficiência ou ação ineficiente da insulina, hormônio pancreático responsável pelo metabolismo da glicose no organismo.

O diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune onde se formam anticorpos contra a célula beta do pâncreas que produz a insulina. Com isso, há uma deficiência abrupta na secreção desse hormônio. Ocorre mais em crianças e adolescentes, mas pode ocorrer em qualquer idade. O diabetes tipo 2 está muito associado à obesidade e tem um componente genético importante. É associado inicialmente a uma resistência à ação da insulina e, posteriormente, há também uma redução progressiva da sua secreção.

O diabetes pode ser uma doença silenciosa, especialmente entre os adultos, quando o diagnóstico surge em algumas situações nas quais o paciente já tem complicações da doença, tais como problemas visuais, nos rins, nos pés ou cardiovasculares. “Os sintomas clássicos do diabetes descompensado são: poliúria (urinar muito), polidipsia (muita sede), polifagia (muita fome) e perda de peso. Associado a isto, pode haver, nos casos com maior duração, as complicações crônicas”, explica a médica endocrinologista e professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Maria de Lourdes Lima.

Segundo ela, “o aumento da prevalência seguramente está associado ao aumento da obesidade, já que este é o principal fator de risco para o desenvolvimento do diabetes”. De acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, por Inquérito Telefônico (Vigitel 2010), as maiores frequências de obesidade foram observadas, no caso dos homens, em Fortaleza (21,7%), Recife (20,2%) e Cuiabá (19,0%) e, no caso de mulheres, em Rio Branco (21,3%), Porto Velho (20,9%) e Manaus (19,9%). As menores frequências de obesidade ocorreram, entre homens, em Salvador (8,0%), Distrito Federal (9,4%) e Goiânia (11,7%) e, entre mulheres, no Distrito Federal (9,7%), Palmas (10,0%) e São Luís (10,8%). 

O envelhecimento da população  e a idade também são fatores de risco. “Todos os indivíduos acima de 45 anos, aqueles com histórico familiar de diabetes, os que estão acima do peso, mulheres que tiveram filhos com mais de 4 Kg e ainda os hipertensos e com alterações de colesterol e triglicérides devem fazer rastreamento para o diabetes com exame de glicemia em jejum”, orienta a Dr.ª Maria de Lourdes. Duas glicemias de jejum acima de 126 selam o diagnóstico de diabetes. Quando a glicemia de jejum está entre 100 e 125 o indivíduo é portador de pré-diabetes e deve submeter-se a um teste de sobrecarga de glicose, que definirá melhor o tratamento a ser instituído. 

Os dados divulgados na Vigitel 2010 provam essa ocorrência. Nas 27 cidades pesquisadas, a frequência de adultos obesos foi de 15%. No sexo masculino, a frequência da obesidade quase quadruplica entre os homens de 18 a 24 anos para aqueles de 45 a 54 anos de idade. Entre mulheres, a frequência da obesidade mais do que triplica daquelas de 18 a 24 anos para as que têm 55 a 64 anos. 

Vigitel 2010

A pesquisa da Vigitel 2010 foi um estudo publicado em 2011 que apresenta estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográficas de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2010.

De acordo com o Vigitel 2010: a frequência de adultos que referem diagnóstico médico prévio de diabetes variou entre 3,9%, em Boa Vista, e 8,7%, no Rio de Janeiro. No sexo masculino, as maiores frequências foram observadas em Goiânia (7,7%), Aracaju (7,0%) e Maceió (6,3%) e as menores em Manaus (3,1%), Boa Vista (3,5%) e Palmas (3,7%). Entre mulheres, o diagnóstico de diabetes foi mais frequente no Rio de Janeiro (11,4%), Cuiabá (8,2%) e em São Paulo (7,8%) e menos frequente no Distrito Federal (3,9%), Palmas (4,1%) e Boa Vista (4,2%). O fato de a doença ocorrer mais em mulheres do que em homens é referente a um diagnóstico auto-referido. Nos estudos de rastreamento, mesmo com medida da glicemia, não se observa esta diferença. Provavelmente as mulheres procuram mais assistência médica e têm mais diagnóstico. A prevalência real, em geral, é o dobro desses inquéritos auto-referidos.

Como prevenir e controlar a doença?

A prevenção é feita com hábitos de vida saudável. O controle é feito com acompanhamento com equipe multidisciplinar, dieta, atividade física, medicações e muita informação sobre o assunto.

A Vigitel também observou os hábitos alimentares dos brasileiros levando em conta a frequência de adultos que consomem frutas e hortaliças em cinco ou mais dias da semana. As maiores frequências foram encontradas, entre homens, no Distrito Federal (34,3%), Florianópolis (32,7%) e Natal (31,2%) e entre mulheres em Florianópolis (45,2%), Distrito Federal (44,8%) e Belo Horizonte (43,9%). Salvador ficou entre as cidades com menor frequência de consumo dos alimentos saudáveis com 15,8% para o sexo masculino. Nas outras cidades, os indicadores de homens que consomem regularmente esse tipo de alimento foram em Belém (14,0%) e Macapá (16,9%) e, no sexo feminino, em Macapá (20,0%), Belém (20,9%) e Rio Branco (23,3%).

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