Verão: cuidados com a dor de ouvido

Especialista alerta para o cuidado com maus hábitos ou tratamentos caseiros

Com a proximidade do verão e o aumento do calor, praias e piscinas ficam ainda mais disputadas. Mas, uma das atividades de lazer preferida dos baianos pode trazer um problema que incomoda a todas as idades: a dor de ouvido. Um sintoma que, se for cuidado a partir de tratamentos caseiros e da maneira errada, poderá levar à dor intensa, tonturas e até perda momentânea da audição.

Segundo a vice-presidente da Sociedade de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Bahia, Clarice Saba, a dor de ouvido pode ser o resultado da inflamação de diferentes partes do aparelho auditivo. Uma das dores mais comuns é a conhecida como otite externa, uma infecção do conduto auditivo, causada, entre outros fatores, por banho de mar, piscina ou manipulação do local. “A cera do ouvido deixa o pH do local ácido. O contato com a água pode tornar o ambiente mais alcalino, o que deixa a região mais propícia a infecção por bactérias”, explica Clarice Saba.

A médica alerta para o risco de se tratar o sintoma com soluções caseiras ou paliativas, como pingar remédios não receitados por especialistas ou até mesmo algodão com azeite quente. “Remédios em gotas colocados no ouvido, não prescritos por médicos, podem mascarar o exame físico e comprometer o diagnóstico. Colocar líquidos quentes é ainda mais arriscado, pois se a temperatura estiver elevada pode até causar problemas irreversíveis à audição” ressalta a otorrinolaringologista.

Orientação: 

Como prevenção ou cuidado à dor de ouvido, Clarice Saba oferece algumas orientações:

- Para controlar a dor, se necessário, utilizar apenas analgésico oral;

- Secar o ouvido naturalmente ou com o auxílio de toalha;

- Para ouvidos mais sensíveis utilizar protetor para impedir que a água penetre;

- Ao sinal de desconforto procurar o otorrinolaringologista para realizar o diagnóstico e tratamento correto.

Mini-currículo

Clarice Saba - Vencedora do prêmio internacional Jack Vernon Award de 2011, o prêmio científico mais importante da área, que é oferecido a cada quatro anos. Diretora Técnica do Centro de Otorrinolaringologia da Bahia; Vice-Presidente da Sociedade de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Bahia; Preceptora da Residência Médica em Otorrinolaringologia da Santa Casa de Misericórdia da Bahia – Hospital Santa Izabel; Fellow em otorrinolaringologia do Jackson Memorial Hospital – USA; Fellow em otorrinolaringologia do Groningen Ziekenhuis –Holanda; Idealizadora do Projeto Anti-Zumbido(PAZ), que deu origem ao Ambulatório de Zumbido da Escola Bahiana de Medicina e SaúdePública, também coordenado por Clarice Saba.