quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Doenças Pulmonares

Doença crônica dos pulmões que diminui a capacidade respiratória e pode causar danos permanentes nas vias respiratórias, a DPOC é considerada a quarta causa de morte no mundo. Na Bahia, estima-se que haja 420.000 portadores de DPOC, sendo que a grande maioria não recebe diagnóstico. “Essas pessoas são tratadas apenas nas agudizações da doença em unidades de emergência ou durante internamento hospitalar,” afirma o médico Guilhardo Ribeiro. “O fato preocupante é que os poucos centros de referência na Bahia são insuficientes e os pacientes não recebem um tratamento integral,” acrescenta o médico. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), antigamente chamada de Bronquite Crônica e Enfisema Pulmonar, representa um sério problema de saúde pública. Fatores de risco para o desenvolvimento da doença são o tabagismo ativo e passivo, uso de fogão a lenha, a exposição à fumaça e resíduos durante muitos anos, e fatores genéticos, dentre outros. “A DPOC é responsável por mortes e aposentadorias precoces, trazendo grande sofrimento para os pacientes e seus familiares,” enfatiza o especialista.

Em Salvador, a Associação Bahiana de Portadores de DPOC está completando nesse mês de setembro dois anos de fundação e tem colaborado bastante para divulgar as informações necessárias para que pacientes e familiares possam conviver de maneira mais harmoniosa com a doença. Segundo o médico Guilhardo Fontes, “a Associação é mais uma forma de lutar para garantir que os avanços para o tratamento multidisciplinar e integral da DPOC estejam acessíveis para a população”.

A doença não acomete apenas o pulmão, mas envolve também múltiplos órgãos e pode acarretar outros problemas, como cardíacos (infarto e angina), osteoporose, ansiedade, depressão, atrofia muscular, disfunção erétil, aumento do açúcar e colesterol sanguíneo, etc. O tratamento deve ser individualizado.

Devido ao pouco conhecimento sobre a doença, a maioria dos pacientes não são diagnosticados ou tem seu diagnóstico em estado avançado da doença, dificultando e encarecendo o tratamento. As principais vítimas estão na população carente, que tem pouco acesso à informação e aos cuidados médicos especializados. O exame para o diagnóstico da doença e avaliar sua gravidade é a espirometria. “A DPOC acomete indivíduos de todas as classes sociais, mas as populações carentes são as maiores vítimas, pela falta de informação, dificuldade do acesso aos serviços médicos e ao tratamento”, explica o pneumologista Guilhardo Fontes.


Asma – estima-se no mundo 300 milhões de pessoas têm asma e no Brasil 20 milhões, com 160 mil hospitalizações anuais, ocupando o quarto lugar como causa de internamento. A mortalidade atinge cerca de 3.500 indivíduos, habitualmente jovens e saudáveis, óbitos que na grande maioria das vezes poderiam ser totalmente evitáveis.

“Hoje, sabemos que a grande maioria dos asmáticos não são totalmente controlados, fato desconhecido pelo paciente e as vezes pelo próprio medico. Muitos cansam ao fazer exercícios e assim tornam –se sedentários, o que pode levar a obesidade, que é um fator de risco conhecido para a asma de difícil controle,” explica o especialista Guilhardo Fontes. Estes pacientes têm maior número de internações, usam maiores doses das medicações e são predispostos a desenvolver sedentarismo, obesidade, apneia obstrutiva do sono, doença do refluxo gastroesofágico, doença cardiovascular e diabetes, estes dois últimos agravados pela inflamação sistêmica.

A causa da asma ainda não é totalmente esclarecida. Sabe-se de fatores genéticos e ambientais existem varias formas de inflamação e manifestações sistêmicas que hoje são chamados de fenótipos. “Temos a asma de esforço, asma de difícil controle, asma ocupacional (ocorre no trabalho com melhora nos fins de semana e férias), asma ocasionada pela obesidade em indivíduos predispostos geneticamente, asma desencadeada pela gestante fumante ou tabagismo passivo do recém nascido,asma decorrente de infecções respiratórias graves na infância em indivíduos predispostos geneticamente,” afirma o médico.

A incidência da asma tem aumentado em todo o mundo, devido principalmente à mudança dos hábitos de vida, como sedentarismo, alimentação inadequada, obesidade ou sobrepeso, uso abusivo de analgésicos e anti-inflamatórios.

Os principais pecados capitais que podem colocar em risco a vida dos indivíduos asmáticos:

1- Preconceito – não aceitação da doença

2-Uso irregular dos medicamentos, a asma tem controle, mas não tem cura.

3- Uso incorreto das medicações: como existem vários dispositivos inalatórios no mercado, muitos são usados de forma incorreta, principalmente por idosos.

4- Higiene ambiental: necessário uso de capas antialérgicas para travesseiros, colchões, limpeza periódica dos filtro da ar condicionado (inclusive a do automóvel), combate ao mofo de paredes, cuidado no uso de substâncias de odor ativo (perfumes, material de limpeza, esmaltes,etc.)

5- Tratamento da rinite alérgica: grande parte dos asmáticos tem as duas patologias associadas.

6- Ter orientações médicas por escrito para eventuais agudizações ou agravamento dos sintomas ou plano terapêutico para viagens.

7- Tratar a depressão e ansiedade quando presentes, pois são fatores de risco importantes para o desencadeamento de crises asmáticas.

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