sábado, 3 de setembro de 2011

Doença que mais mata em hospital pode ser combatida com cuidados bucais

Atendimentos odontológicos podem diminuir, ou até mesmo zerar, índice de pneumonia nosocomial  “A pneumonia nosocomial é a doença que mais mata em hospital”. A afirmação, feita pelo cirurgião-dentista Paulo Pimentel, tem como objetivo alertar a sociedade para a obtenção de cuidados extremamente necessários no campo hospitalar. A pneumonia nosocomial é o segundo maior tipo de infecção contraída em hospitais, ficando atrás apenas das urinárias. Sua incidência varia de 20 a 60%, a depender do hospital, e possui uma taxa de morbilidade e mortalidade elevada. “Uma boa parcela dos pacientes acaba falecendo”, afirma Pimentel. O que poucos sabem, entretanto, é que protocolos de cuidado bucal podem reduzir – e até mesmo zerar – a chance de um paciente internado adquirir a pneumonia nosocomial.Os pacientes que estão fazendo uso da ventilação mecânica, geralmente em UTIs (Unidades de Terapia Intensivas), possuem um alto risco de contrair a pneumonia nosocomial, que é aquela que acontece 48 horas após a internação. A boca é uma porta de entrada para esta infecção, visto que as secreções e bactérias presentes na cavidade bucal descem pelo sistema respiratório e vão para o pulmão, ocasionando a doença. “Procedimentos simples, como a utilização da escova de dentes, aspiração, bochecho e a aplicação de clorexidina tópica, podem fazer com a doença seja facilmente controlada”, esclarece Paulo Pimentel.Apesar disto, a Odontologia Hospitalar ainda não é institucionalizada e não está presente na maioria dos hospitais. Tendo em vista a importância do tema, os Conselhos Regionais de Odontologia (CRO) estão se mobilizando para fazer uma proposta ao Conselho Federal de Odontologia (CFO), para regulamentar essa atuação do profissional, em fórum nacional.

A Bahia faz parte dos 20 estados que já têm Comissão instituída para a luta pela legalização e regulamentação da profissão. “O objetivo é fazer uma proposta ao CFO, para que seja criada uma capacitação específica para este profissional. Queremos que a Odontologia Hospitalar seja instituída e regulamentada, haja vista a importância desta área”, afirma Sandra Mello, cirurgiã-dentista e conselheira do CROBA (Conselho Regional de Odontologia da Bahia).  A questão da Odontologia Hospitalar  O cirurgião-dentista, no âmbito hospitalar, tem um papel decisivo para a diminuição das infecções, ao reduzir bactérias presentes na cavidade bucal, que levam ao acometimento de doenças. Enquadram-se também nas atribuições deste profissional procedimentos comuns (como limpeza dos dentes, língua e aplicação de flúor) e emergenciais (dores de dente, sangramentos e feridas). A atuação do dentista no ambiente hospitalar é imprescindível pois, segundo Sandra Mello, “reduz riscos, sequelas, desconforto e favorece a realização dos procedimentos com maior segurança (principalmente nos pacientes com risco cirúrgico), permite a solicitação de exames específicos mais detalhados, oferece a possibilidade de acompanhamento clínico e tratamento específico, além de possibilitar o tratamento odontológico àqueles impossibilitados de frequentar o consultório”.  O atendimento odontológico no hospital é importante principalmente para pacientes com doenças sistêmicas congênitas (deficiência mental, diabetes, displasias sanguíneas, síndromes e outras), adquiridas (HIV, tuberculose, hepatite, sífilis, neoplasias e outras) ou traumáticas (traumatismo bucomaxilofacial, cirurgia ortognática), pacientes oncológicos, pré-transplantados e cardiopatas, explica Sandra Mello. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Qualquer patologia bucal pode ser combatida com um bom cuidado.
As pessoas não são muito conscientes e nunca cuidam da sua saudê como corresponde.