sábado, 2 de outubro de 2010

AS VIRTUDES DA CASTANHA DO PARÁ

Castanha-do- Brasil (Castanha-do- Pará)

 (Bertholletia excelsa)


 Só uma castanha por dia

> > .....não mais do que isso, garante as doses de selênio de
> > que seu corpo precisa para preservar cada célula, por para
> > fora possíveis substâncias tóxicas e viver mais.
> >
> > DIOGO SPONCHIATO
> >
> > Cabe na palma da sua mão, e ainda sobra um espaço e
> > tanto, a arma que vai superproteger as unidades
> > microscópicas do seu organismo. Em segundos, ao mastigar
> > uma única castanha-do- pará, você recarregará os níveis
> > de um mineral extremamente importante para uma vida longa e
> > saudável: o selênio. A pequena oleaginosa repõe a
> > quantidade do nutriente necessária para dar combate ao
> > envelhecimento celular, causado pela formação natural
> > daquelas incansáveis moléculas que danificam as células,
> > os radicais livres.
> >
> > Um estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia,
> > atesta que a ingestão diária de duas castanhas-do- pará
> > recentemente rebatizadas castanhas do brasil, eleva em 65% o
> > teor de selênio no sangue. Mas provavelmente os
> > neozelandeses não usaram o legítimo produto brasileiro.
> > Ora, nós somos
> > sortudos. É que as castanhas produzidas no Norte e no
> > Nordeste do país são tão ricas em selênio que bastaria
> > uma unidade para tirar o mesmo proveito. A recomendação é
> > de que um adulto consuma, no mínimo, 55 microgramas por
> > dia, diz a nutricionista Bárbara Rita Cardoso, pesquisadora
> > do Laboratório de Minerais da Universidade de São Paulo. E
> > com uma unidade da nossa castanha já é possível encontrar
> > bem mais do que isso de 200 a 400 microgramas do bendito
> > selênio. Aliás, o limite de consumo diário do mineral é
> > de 400 microgramas, portanto, não vá com muita fome ao
> > pote. No caso de uma criança, meia castanha seria
> > suficiente, afirma Silvia Cozzolino, presidenta da Sociedade
> > Brasileira de Alimentação e Nutrição.
> >
> > E por que toda essa fama do selênio? Ele é essencial para
> > acionar enzimas que combatem os radicais livres, responde
> > Christine Thomson, a pesquisadora neozelandesa que
> > investigou as propriedades da castanha. O selênio se liga a
> > algumas proteínas já existentes em nosso corpo para formar
> > essas enzimas antioxidantes, descreve, completando, Bárbara
> > Cardoso. Na ausência dele, as tais enzimas ficam sem
> > atividade e, então, deixam de combater os radicais e ainda
> > desguarnecem as defesas do organismo.
> >
> > O mineral da castanha também teria um papel especial na
> > proteção do cérebro. É que, com essa capacidade de
> > acabar com a farra dos radicais livres, as células nervosas
> > seriam preservadas, evitando o surgimento de doenças
> > neurodegenerativas com a idade. Justamente por isso, a
> > pesquisadora Bárbara Rita Cardoso começa a estudar os
> > possíveis benefícios do selênio em portadores do mal de
> > Alzheimer. A gente desconfia que nesses pacientes os
> > radicais façam maiores estragos, diz ela.
> >
> > A tireóide também funciona melhor na presença do
> > selênio, acrescenta Christine Thomson. Isso porque, se não
> > houver esse elemento, ela não consegue produzir direito
> > seus célebres hormônios. O mineral também está
> > intimamente associado à capacidade de o organismo se livrar
> > de substâncias tóxicas, ajudando-o inclusive a expulsar
> > possíveis metais pesados que se alojam nas células.
> >
> > Apesar de tudo isso, o badalado selênio deve ser apreciado
> > com moderação. Quando os especialistas recomendam uma
> > castanha diária, é para segui-lo à risca. Acredite: o
> > conselho não é nem um pouco mesquinho. Esse consumo ideal
> > e comedido é que faz todas essas enzimas que dependem do
> > nutriente trabalharem de forma adequada, diz Bárbara. Em
> > excesso, o selênio não vai potencializar sua ação. E o
> > pior: mais cedo ou mais tarde, o exagero rotineiro vai
> > revelar o lado negro da substância. Sim, ele existe: a
> > toxicidade. Ela acontece se a pessoa ingerir mais de 800
> > microgramas por dia, adverte Silvia Cozzolino. É que o
> > selênio tem efeito cumulativo, emenda Christine Thomson.
> >
> > Isso não significa que abusar das deliciosas castanhas em
> > uma happy hour com amigos traga grandes ameaças. De vez em
> > quando, dá até para superar a quantidade recomendada. O
> > perigo é comer essas oleaginosas além da conta todo santo
> > dia. Quem experimentar ataques sucessivos de gula poderá
> > sentir dor de cabeça, ficar com as unhas fracas e ver seus
> > cabelos caírem. Mas, quem come dez castanhas hoje não vai
> > se empanturrar delas amanhã, usa a lógica a expert em
> > nutrição Silvia Cozzolino. No máximo, o preço desse
> > pecado será um mau hálito parecido com o bafo de alho
> > acredite!
> >
> > Não corre o mesmo risco quem comer, vez ou outra, algum
> > prato que leve a castanha na receita até porque, seja doce
> > ou salgado, dificilmente uma porção reunirá tantas
> > unidades. E saiba: nem o fogão nem a geladeira conseguem
> > detonar as reservas de selênio. No dia-a-dia, nada melhor
> > do que a praticidade de botar na mochila, no bolso ou na
> > bolsa a sua estrela solitária. É saúde na medida certa!
> >
> > Para chegar à quantidade de selênio de uma castanha-do-
> > pará (de 5 gramas ), você teria que consumir, em média, o
> > equivalente a...
> > 3 filés de frango ( 100 gramas cada um)
> > 16 pães franceses ( 50 gramas cada um)
> > 100 copos de leite (200 mililitros por copo)
> > 10 ostras ( 33 gramas cada uma)
> > 3 latas de sardinha em conserva ( 130 gramas cada uma)
> >
> > COMIDA ANTITÓXICA
> > Uma das principais benesses do selênio é a sua capacidade
> > de desintoxicar o organismo. O mineral atua em mecanismos
> > que favorecem a eliminação de metais pesados pelas fezes e
> > pela urina, explica a nutricionista Bárbara Rita Cardoso.
> > Esses metais nocivos, como o mercúrio e o arsênico, ficam
> > impregnados no organismo quando, por exemplo, consumimos
> > peixes de má procedência, que vieram de águas poluídas.
> > E, daí, disparam inúmeros problemas em nossos tecidos, do
> > envelhecimento ao câncer algo que é freado com o sistema
> > de limpeza acionado pelo consumo da castanha.
> >
> > SUPLEMENTAÇÃO, A POLÊMICA
> > A natureza oferece fontes de selênio, mas há quem prefira
> > recorrer às cápsulas. Estudos recentes revelam que isso
> > pode ser bobagem: o melhor seria buscar o mineral na comida
> > mesmo. O selênio dos alimentos é mais bem absorvido pelo
> > organismo, justifica o pesquisador Alexei Lobanov, do
> > Departamento de Bioquímica da Universidade
> > Nebraska-Lincoln, nos Estados Unidos. E, já que a
> > quantidade de que precisamos nem é lá tão alta, a
> > suplementação deveria ficar restrita a casos especiais.
> >
> > TERRA BOA, FRUTO RICO
> > A concentração de selênio em um alimento depende do solo
> > em que é cultivado. De acordo com o engenheiro agrônomo
> > José Urano de Carvalho, da Empresa Brasileira de Pesquisa
> > Agropecuária, a castanheira, nativa da floresta Amazônica
> > brasileira, além de ter uma incrível habilidade para
> > extrair o mineral, comparada a outras espécies, encontra na
> > terra de lá uma enorme quantidade de selênio. Por isso
> > seus frutos são campeões no elemento. As castanhas-do-
> > pará são cultivadas pra valer na região Norte,
> > especialmente no cinturão amazônico, mas o Brasil já não
> > lidera o ranking de produção da oleaginosa. Hoje é a
> > Bolívia que ocupa o primeiro lugar, revela Urano.

( Artigo recebido por e-mail )

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